Arquitetura desconstrutivista: o que é e quais são as suas características? – Ao longo da história da humanidade, diversos novos estilos e inovações puderam ser vistas na arquitetura. As construções de uma cidade, inclusive, pode dizer muito sobre a sua cidade e a cultura do local.
Uma das últimas vertentes a surgir no mundo da arquitetura foi o desconstrutivismo. Com um ar contemporâneo e muitos elementos do pós modernismo, o estilo impactou a área de uma forma a questionar conceitos vigentes por vários séculos. No texto abaixo falaremos mais sobre a arquitetura desconstrutivista, suas características e conceitos principais.
O que é a arquitetura desconstrutivista?
Embora dezenas de estilos arquitetônicos terem surgido ao longo da história da humanidade, e cada um tivesse grandes diferenças entre si, alguns conceitos eram uma interseção. Os ângulos retos, por exemplo, sempre foram algo marcante da grande maioria dos estilos arquitetônicos de séculos anteriores.
Ao final da década de 80, no entanto, um novo movimento surgiu, mudando radicalmente a arquitetura. Mentes brilhantes do ramo tinha como objetivo inserir um processo de desenho não linear nos projetos, libertando-os das linhas e ângulos retos.
A década de 80, no entanto, apesar de ter sido a primeira vez onde o termo desconstrutivismo no campo da arquitetura, não foi onde a ideia surgiu. Como qualquer ideia, o conceito teve um começo bem antes, influenciada por outros movimentos e contextos em diferentes sociedades.
Grandes especialistas do mundo da arquitetura defendem que o ideal desconstrutivista é derivada, primeiramente, do construtivismo russo. Em um contexto de Primeira Guerra Mundial e próximo a um conflito interno, a população russa vivia em busca de novos ideais, e é nesses momentos onde as grandes inovações surgem.
Dessa forma, o construtivismo russo tinha o objetivo de descobrir os limites das formas geométricas quando presentes em um projeto arquitetônico. Paralelamente, praticamente na mesma época, o movimento modernista surgia no Ocidente. Visando aproveitar ao máximo o espaço e ter um aspecto minimalista, o modernismo teve inclusive grande influência no Brasil, onde ocorreu a Semana da Arte Moderna, em 1922.
Não era o objetivo, mas, ao longo dos anos, a união do modernismo com o construtivismo russo deu origem ao desconstrutivismo. É importante ressaltar, no entanto, que o desconstrutivismo não é classificado como um movimento ou um estilo por si só, por não ter características que se aplicam a todos os profissionais que se autointitulam dessa maneira.
O aspecto comum dessa prática é, na verdade, não ter características, testando os limites das edificações, das formas e das desformas. Todo esse novo conceito, no entanto, tinha grande influência modernista. As construções desconstrutivistas desafiam os limites, mas sempre respeitando a funcionalidade dos projetos.
Desconstrutivismo: moderno ou não moderno?
Como falado acima, o desconstrutivismo tinha influência do movimento modernista, acontecido no começo do século XX. Por outro lado, se bebia da fonte da funcionalidade das edificações, distanciava-se de conceitos modernistas, tais como “a forma segue a função”.
O desconstrutivismo, na verdade, tinha um conceito totalmente contrário. Para profissionais do campo, forma e função eram aspectos diferentes, que não tinham que concordar entre si. Embora as edificações tivessem formas não imaginas anteriormente na arquitetura tradicional, a sua funcionalidade. Dessa forma, não tratava-se apenas de uma obra de arte, mas também algo útil e funcional.
Obras e personagens importantes do desconstrutivismo
Assim como qualquer conceito e conjunto de ideias dentro de um campo específico, o desconstrutivismo tem obras e personagens importantes em sua curta história. Zaha Hadid, Daniel Libeskind, Peter Eisenman e Rem Koolhaas são alguns desses nomes. Veja abaixo algumas das obras desconstrutivistas mais icônicas:
- Louis Vuitton Foundation – Frank Gehry;
- The Crystals – Daniel Libeskind;
- Prada Transformer – Rem Koolhaas;
- Centro Heydar Aliyev – Zaha Hadid;
- Centro Aquático de Londres – Zaha Hadid;
- MAXXI (Museu Nacional da Arte do Século XXI – Zaha Hadid;
- Blue Residential Tower – Bernard Tschumi;
- House VI – Peter Eisenman;
- Cidade da Cultura da Galiza – Peter Eisenman;
- Apartment Building Gasometer B – Helmut Swiczinsky;
- Prédio da Televisão Central da China – Rem Koolhaas;
- Gehry Tower – Frank Gehry;
- Casa Dançante – Vlado Milunic;
- Museu Imperial da Guerra – Daniel Libeskind;
- Biblioteca Central de Seattle – Rem Koolhaas;